Pontos de Vista
Sustentabilidade | Fevereiro 2023
Ah... Mas são verdes???
Sofia Duff Burnay
Diretora
A expressão/exclamação popularizada pela Fábula de La Fontaine “A Raposa e as Uvas”, pode muito bem adaptar-se à realidade do mundo empresarial, passando ao tipo interrogativo e assumindo um novo sentido.

“Ah… Mas são verdes???”, quem nunca ouviu algo parecido tem andado distraído.

A escassez de recursos naturais e o impacto negativo das alterações climáticas, vieram acordar a consciência ambiental e na hora de comprar/consumir determinado produto, fechar um negócio ou uma parceria, ou escolher um novo emprego, a preocupação “verde” impõe-se.

Os consumidores procuram, cada vez mais, produtos responsáveis e amigos do ambiente; as empresas inovam para oferecer produtos e serviços ecológicos; há, no mercado de trabalho, cada vez mais profissionais que desejam um emprego com um impacto positivo no planeta e, nunca se falou tanto em investimento verde como nos últimos anos.

Mas, à medida que o mundo vai avançando, e as crises e as desigualdades sociais se intensificam, o verde ganhou mais e mais variantes, deixando de estar exclusivamente associado à dimensão ambiental.

Na era da sustentabilidade, “ser verde” deixou de ser uma opção para ser uma obrigação no mundo corporativo, e implica muito mais do que fazer a reciclagem ou ter uma frota de carros elétrica. É desenvolver a atividade no presente, salvaguardando o futuro; atuar em alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável definidos pela ONU; contribuir para uma sociedade mais justa e equitativa, com respeito pelos direitos humanos e leis do trabalho; procurar ter um impacto positivo na comunidade; agir com ética e transparência… No fundo, é agir de acordo com padrões não só ambientais, mas também sociais e de governança corporativa, elevando o nível de compromisso das empresas com a sustentabilidade.

É inegável, o ESG (Environmental, Social, Governance) veio para ficar e tem um impacto positivo na forma como uma empresa é vista, independente dos seus resultados financeiros. Diante desta realidade, empresas que seguem os parâmetros de ESG devem dialogar com os diversos stakeholders, incluindo clientes e investidores, concentrando-se em desenvolver uma narrativa persuasiva sobre a sua capacidade de gerar valor a longo prazo, mostrando que sim, são verdes!…

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